De sexta-feira a domingo findo (dias 19, 20 e 21) realizaram-se as festas anuais nesta paróquia de grande concentração de gentes das comunidades lusas e não só pois desde há alguns anos que muitos dos paroquianos são oriundos do Brasil e de outros países do continente Sul Americano.
Estas festividades que tiveram um interregno recente duma meia dúzia de anos são realizadas em honra da sua padroeira, a Nossa Senhora dos Anjose que atrai nestes dias muitos milhares de residentes desta zona da cidade de Toronto e de outros lugares dos quais destacamos Mississauga, Brampton e Woodbridge.
Nisto não é surpresa pela presença de ex-paroquianos que ao longo dos anos têm-se deslocando para outros lugares mas distantes. É sabido também que a nossa comunidade tem vindo não só a crescer em número mas que foi aqui pela Dufferin/Davenport e Saint Clair que esta começou a adquirir maciçamente as suas casas após os anos oitentas ou vindos já de áreas mais a sul como a Dundas/Bathurst e Queen St., local onde nos primórdios da nossa imigração se fixou quase a totalidade dos da nossa primeira onda de imigração quando aportaram neste grande país: o Canadá: ou de recém-chegados posteriormente ao país.
Hoje toda aquela área da Igreja de Santa Maria dos Anjos continua a ser um forte pilar no que respeita a concentração de portugueses e assim as nossas festas tanto religiosas como profanas continuam a realizar-se e a ter grande participação embora não como no passado.
Esta mutação é derivada a que muitos de nós já se encontram pela idade na situação de reforma ou quase lá e desta forma passam parte do ano em Portugal ou noutras regiões.
A sua ausência faz-se sentir pois embora muita gente ocorra a estas festas elas já não são como eram há 10 ou 15 anos atrás onde o espaço onde habitualmente se realiza o apreciado entretenimento e os arraiais no recreio da escola primária adjacente à igreja já não está totalmente lotado como acontecia nesses tempos nem já se vêm as dezenas e dezenas de crianças que acompanhavam os pais e ali brincavam pois cresceram e hoje são já homens/mulheres formados e claro que embora tenham sido criados no seio da cultura portuguesa não a sentem em muitos casos nem a vibram como nós os seus progenitores. Mas eles um dia hão-de voltar já com filhos pois de certeza absoluta com a intenção de passar esses valores centenários às suas crianças.
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Isto já observamos inúmeras vezes na Nova Inglaterra por altura das festas da Senhora do Monteou dos “Madeiras” como ali são conhecidas e a do Divino Espírito Santoem New Bedford e Fall Riverrespectivamente. É que a imigração lusa para aqueles lados do país do “Tio” Baraka Obama iniciou-se mais ou menos há cem anos e a língua portuguesa as suas festas e as suas associações sobreviveram bem enraizadas e vivas até ao presente. Aqui pelo Canadá bem mais novo no campo da imigração lusa a qual oficialmente se iniciou no dia 13 de Maio de 1953 pensamos que o fenómeno atrás apontado dos Estados Unidos da América do Norte se repetirá por estes nossos lados.
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Após a missa solene ao meio dia foi a vez de se iniciar a procissão pelas 13:45 horas saindo o guião e os dois andores com as imagens de São José e da padroeira Nossa Senhora dos Anjos bem participada com algumas centenas de fiéis e acompanhada por duas bandas filarmónicas a de Lira Nossa Senhora de Fátima e Sagrado Coração de Jesus das Igrejas de Santa Inês e de Santa Helena tendo como itinerário as ruas Dufferin/Bristol/Gerry/Brandon/Primerose e Davenport.
Este itinerário foi alterado já quando percorria parte daquelas ruas devido às más condições do tempo que se fez sentir durante aquele fim-de-semana prejudicando com fortes chuvadas a concretização de parte do programa e a participação de povo tendo aquela procissão regressado apressadamente à igreja evitando a todos os integrantes uma molha daquelas difíceis de se esquecer.
A procissão levava diversos grupos de oração como a Legião de Maria e diversos elementos crianças e adultos trajando figuras bíblicas e de santos. Dizemos adultos pois a juventude como já acima referimos esteve quase ausente infelizmente.
Estes três dias de festa e animado arraial foram ocupados com as actuações de artistas locais dos quais citamos a Amy Ventura, Emily Melo, Júlio Sampaio, Michele Madeira, Inês Henriques, Kayla de Brito, Herman Vargas, Jorge Marques, Steve Medeiros, Duarte Fróias, Mário Marinho e o conjunto musical Jovem Império. A apresentação do entretenimento esteve e bem ao cuidado do nosso colega António César com a manutenção do som e luzes garantido pelo conhecido técnico Tony Silva da TNT Productions.
Foi pena que a meteorologia não colaborasse neste vasto programa minuciosamente elaborado tanto pela Comissão de Festas como pela Irmandade daquela paróquia liderada por João Arruda e o padre Neidson Gomes pois tinha todos os “ingredientes” para ser uma festa inesquecível por estes tempos mais próximos.
Mas é preciso ter fé e que para o ano com a mesma dose de entusiasmo e determinação estas festas em honra de Nossa Senhora da Luz terão continuidade e o seu merecido brilho e destaque.
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